APRESENTAÇÃO
O livro Minha
Terra, Minha Vida I, é uma
literatura de Cordel, nele não estará narrado todos os fatos da historia de
Tomar do Geru, por dois motivos apenas só alguns fatos são mencionados:
Primeiro o fato de que é de Cordel apenas poucas paginas na confecção para não
descaracterizar; segundo é mais um testemunho vivido pelo autor, onde o mesmo
ressalta os filhos ilustres de sua terra e seus legados históricos
01
Prezado amigo leitor,
Mim desculpe se eu errar,
Quando nessas linhas escrever,
O que não se viu e o que se ver,
Do meu jeito humilde de pensar,
No coração que reina amor,
Até o próprio rancor,
Se converte e quer amar.
Nossa terra tem sua historia,
De conquistas e vitorias,
De um povo Kiriris ,
Gente forte, humilde, valorosa,
Destemida, corajosa,
Que passaram por aqui.
Vou procurar de Geru,
Um pouco mais falar,
Não pretendo esquecer,
Farei tudo pra poder,
Temo não acrescentar,
É com alegria e satisfação,
Que me atrevo escrever essa edição,
A historia de Geru, agora vou contar.
02
Nos seus limites não se ve tantas belezas,
Mas o Autor da natureza,
A esta terra presenteou,
Agricultura, rocha nossa de cada dia,
Nossa forte economia,
Pedra viva de valor.
Só não sei se os Quilombolas,
Também passaram por aqui,
Sei porem que não me cansarei,
Por onde quer que andarei,
Há sempre alguém pra eu ainda
ouvir,
Já ouvir de tantos que rir,
Sigo arquivando na memoria,
As historias dos Kiriris.
Vou contar ainda um pouco mais,
Dessa terra de ancestrais,
Seu grande poder mostrar,
Na pecuária o melhor dos animais,
Nos seus sítios os laranjais,
Nela se colhe o que plantar.
03
GERU da minha vida,
Os filhos que de ti nascer,
Terra linda e tão querida,
Desde a entrada até a saída,
Terão orgulho em dizer:
Tu não ficarás esquecida,
Por maiores que sejam as feridas,
Vou te amar até morrer.
Teus rios ao encherem e
transbordar,
Faz os campos verdejar,
Nas terras do centro sul,
Carro de Bois, historia e
tradição,
Terra de fé e religião,
É minha Tomar do GERU.
As comunidades e povoados,
Muitos não devem saber,
Dessa terra tão linda,
Que aos poucos vai dando vida,
Pelo progresso a crescer,
Todos vao sendo formados,
Deixando o mesmo recado,
Que ninguém ouse desfazer.
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Vou fazer minha recomendação,
Pode alguém não concordar,
Também pode não gostar,
Mas é preciso entender,
Que na terra para se viver,
Resguarda o direito de respeitar.
Nossa terra tem muitas comunidades,
Que aos poucos vou descrever,
Por favor não me condenes,
Se de alguns esquecer,
Lopes, Ilha, Poço das Moças,
Delas trago a lembrança,
Pois foi na minha infância,
Que ali pode viver.
Embora nascido na cidade,
De família humilde e sem fama,
Sem luxo, mordomia e sem grana,
Aprendi com meus adotivos,
Que com trabalho garantido,
Tenho vida de bacana.
05
Geru como qualquer outra cidade,
Também tem suas lendas,
Em mitos acredita quem quer,
Não é preciso empenha tanta fé,
Mula sem cabeça e outras coisas horrendas,
Porem quando agente cresce,
Muitas coisas se esclarece,
E outras se desvendas.
Ainda me lembro de Geru,
Dos meus tempos de menino,
Todos juntos e sorrindo,
Ouvindo o conto dos mais
velhos,
Relembrando suas historias,
Ainda hoje estou rindo.
Havia carro de Bois,
Em todas comunidades,
Como transporte alternativo,
Que levava nosso alimento,
E por força da necessidade,
Também o jegue e o jumento,
Trazia o nosso sustento
E nossa felicidade.
06
As besta e as mulas
Também eram usadas,
Nos transporte das cargas,
Que nos carros não comportava,
Os cavalos e os burros,
Nenhum deles escapava.
Para a população urbana,
Do campo vinha o alimento,
Porem a maior parte dos grãos,
Iam para a estação,
A grande maquina de ferro,
Com barulho e forte berro,
Isso não sai do meu pensamento.
Feijão, fava, pimenta,
Foram estes os cereais,
É muito fácil lembrar,
Que os nossos animais,
Com suas forças brutais,
Ajudou a transportar.
07
Lembro de um saudoso homem,
Na comunidade zoitizeira,
Comprava e vendia nossos cereais,
Com honestidade e sem trote,
Era comerciante de primeira,
Para poço das Moças, Ilha, e Lopes,
Lembram de CODÓ, era seu nome pope
Para magistrados e doutores, era Gualdino Pereira.
A caridade estava com ele,
De seu coração nunca saiu,
Sua esposa era outra peça
nobre,
Quem a conheceu pode dizer du
que viu,
Não se cansou de ajudar os
outros
De ser honesto não desistiu.
Do Lopes me lembra um nome,
Comerciante também,
Pra encurtar a historia,
Esse nome in-memoria,
Na lembrança todos tem,
Um pouco pra contar,
Do saudoso João do Bar,
Um grande homem de bem.
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No Lopes também tinha,
Outro nome especial,
Digo isso e sustento,
Um grande forrozeiro,
Artista sanfoneiro,
Por nome Nascimento.
O grande Nascimento,
Quando seu fole puxava,
Ilha, Araújo e Lopes,
Quando ouvia o som dos xotes,
Ninguém em casa ficava,
Poço das Moças, Araças e
Periperi,
Sua fama por ali,
Como o vento se espalhava.
O famoso sanfoneiro,
Para quem não conheceu,
Era deficiente visual,
Mas tinha um grande Don,
Sem desafinar o ton,
Dava um show de auto astral.
09
Ainda lembro de uma musica,
Que sempre ele tocava,
Do saudoso Luiz Gonzaga,
A sanfona ainda que zangada,
Solo a solo homenageava:
Eu não quero pagamento Nascimento,
Só quero que bote outro rabo no jumento.
A musica toda, verso a verso cantava.
Da Lagoa do Sande,
Sou suspeito para falar,
Por ter também morado ali,
E minha mãe adotiva ser de lar,
Abençoada terra boa de plantar,
Sou testemunha do que vi.
Vou destacar apenas um nome,
Não que os outros não tenham valor,
Mas este livro é pequeno,
Então fique sabendo,
Não me tenham nenhum rancor,
Na construção de casas: A historia testifica,
E noutras artes: que o saudoso João de Jovita,
Foi o grande Mestre e Doutor.
10
Para construir casas,
Tio João era Pedreiro e Carpinteiro,
Era assim que eu o considerava,
Também na arte de Ferreiro,
Espingarda, foice e ponteiro,
Tanto fazia como consertava.
Era hábil em diversas artes,
Na musica me deu lição,
Até o instrumento que tocava,
Ele próprio fabricava,
E com grande perfeição,
Desse homem posso dizer,
Mesmo depois de morrer,
Não saiu de meu coração.
Contando essa historia,
Talvez você possa dizer,
Esse relato eu já sabia,
Eu não posso discordar,
Porem tenho que contar,
Do que vi e do que alguém dizia.
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Essa historia é apenas,
Um pequeno fragmento,
Diante do que aconteceu,
Outros historiadores como eu,
Contarão noutro momento,
Ajuntando parte por parte,
Promova seu debate,
E tenha um bom aproveitamento.
Falarei da cidade,
De como a conheci,
Para que o leitor entenda,
Como ela se desenvolveu,
Para que quem a viu a muito
tempo,
Vendo hoje não se surpreenda.
Tinha só uma Escola,
Hoje já são mais de seis,
Se contar creches e pré-escolar,
Esse numero pode aumentar,
Você sabe eu também sei,
Ainda tem particular,
Não é preciso somar,
Isso garanto a vocês.
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O nome da minha rua,
São muitos mas vou dizer:
Caixa d’água, Cruzeiro do Sul,
Rua da Saudade e rua do Cemitério,
Foi ali que aprendi de um jeito serio
Contemplar as belezas do céu azul
A minha comunidade,
Ganhou um apelido cruel,
Quando meu time jogando,
E um cara esbravecido gritando,
Mas parecia um coronel:
“Não podemos jamais perder,
Esforcemos para vencer,
Essa turma do BOREL.”
Assim ficou conhecida,
A minha comunidade,
Apelidada de Borel,
Me dar orgulho dizer,
Aquém me viu crescer,
Sou feliz e sou fiel,
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Lembro da rua da Lage,
Daquele prédio antigo,
Eu ficava olhando para cima,
Até encobrir na esquina,
Ninguém falasse comigo,
Pois eu não respondia,
Caminhando e olhando seguia,
Mesmo se fosse um amigo,
O prédio era conhecido,
Como O Sobradinho de Firmino,
Construído por Mangabinha,
Mas a impressão que eu tinha,
Era de algo Divino.
Pra chegar ao superior tinha
uma escadinha.
O Campo de Futebol,
O famoso Raspadão,
Alegrava a mocidade,
Porque na cidade ,
Era pouco a diversão,
Nele agente jogava,
E ninguém nunca reclamava,
Com uniforme ou sem, calçado ou pé no chão.
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Haviam times bons,
Quem se lembra testifica,
Vamos só relembrar:
Fluminense de Gileninho,
São Paulo de Chapeusinho,
Flamengo de Titica do Bar.
Também fiz parte da historia,
Fundando o Santos e o Internacional,
Junto a Zé Rossôio e a Moita,
Como quem aceita e acoita,
Sem nenhuma intensão formal,
Logo saiu do papel,
O Grande time do BOREL,
Hoje quase profissional.
Nossos atletas eram bons,
Tinham muitas habilidades,
Quem se lembra pode afirmar,
Só quero ajudar você,
Pra nunca mais esquecer,
De alguns nomes lembrar.
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Zuí, Luiz Pelego e Bastião,
Nenén, Pirulito e Cachacinha,
Tonho Bicudo, Bel e Betinho,
Djenal, Neto de Cecilo e Gileninho,
Não sei se era impressão minha,
Mas quando a bola no peito tocava,
Com grande classe dominava,
O mestre Wilson de Amelinha.
Haviam outros craques,
No brejinho os filhos de
Silvino,
Dos ferrolhos, Zé, Jailton,
Juvenal e João,
São muitos nomes pra lembrar,
Mas ainda quero citar,
Do Burum: Zé Longuinho e seus
Irmãos.
A historia é comprida,
Vou mudar de diversão,
Pra falar do Tanque Novo,
Que para todo povo,
Digo sem restrição,
Aquele belo lugar
Deveríamos conservar
Foi nosso grande Piscinão.
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Tudo que existe em nossa terra,
Como também o que nela existiu,
Não poderei escrever,
Este livro não tem espaço,
Mas se puder outro ainda faço,
É o que posso prometer.
Este trabalho é só um fragmento,
Das histórias de Geru,
Outros ainda virão,
Se houver aceitação,
Em verde amarelo ou azul,
O importante é que nele se tenha,
Seja de que lado venha,
Se do Norte ou se do Sul.
Obrigado pela atenção,
Espero que tenha gostado,
Deixe ainda eu te dizer
Esse livro é de Cordel,
Só de letra e papel,
Outro ainda vou escrever.
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Deixadinha
O
autor deste poema possui outros trabalhos publicados como por exemplos a parte
1 de Minha Terra, Minha Vida e você poderá encontrar através do site: www.geruesportewebnode.com ou
ainda pelo blog: www.gersontomaz.blogspot.com.br.
Voce pode enviar informações culturais, sugestões, crítica ou outras quaisquer
correspondência para o endereço eletrônico: gersontomaz@outlook.com este endereço
vale também para facebook .
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Poesia
Tomar do Geru
Lá longe vejo o sinal de uma cidade feliz
Apesar de ser pequena, todo mundo abendiz
Ouve-se cantos de passáros
Ver-se animais saltitar
Ouve-se as pessoas falando
De tal lindo lugar.
Apesar de ser pequena
sobre sua cultura de se diz:
carro de bois, festas religiosas
sem falar no Kiriris
Como flores que cheiram no jardim,
como o vento que balança o poma
cidade igual a Tomar do Geru
cidade mais bela não há.
Se perguntar-me: filha, de onde é a terra do seu amor?
com muito orgulho responderei : sou geruense, sim senhor!
Não digas sou, do norte, sou do leste ou do sul
mas serás soberano em dizer:
Sou de Tomar do Geru!
Por:
Joquebede Santos de Jesus
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