PRAÇA DE IGREJA / TOMAR DO GERU

PRAÇA DE IGREJA / TOMAR DO GERU

domingo, 1 de novembro de 2020

MINHA TERRA, MINHA VIDA. VOL. I I I

 




APRESENTAÇÃO

 


O livro Minha Terra, Minha Vida III,  é uma literatura de Cordel, nele não estará narrado todos os fatos da historia de Tomar do Geru, por dois motivos apenas só alguns fatos são mencionados: Primeiro o fato de que é de Cordel apenas poucas paginas na confecção para não descaracterizar; segundo é mais um testemunho vivido pelo autor, onde o mesmo ressalta os filhos ilustres de sua terra e seus legados históricos.

As formas de versos aplicados nessa segunda parte difere da primeira e é conhecida como poesia comum.

O autor com essa forma de poesia pretende não só contribuir para o resgate histórico de sua terra mas também despertar no leitor o interesse por literatura de cordel, uma vez que irá força-lo a releitura afim de que possa ser totalmente entendido o poema.

Nele é Tratado temas como: Religião, Arte, Cultura Tradição e Esporte, de forma lúdica e verdadeira, na sua forma de pensar e pelos causos a ele contados por pessoas próximas e testemunhas fieis da historia de seu povo.

Faça deste simples e pequeno livro, uma ferramenta importante para o conhecimento das informações e resgates histórico de sua terra, seus costumes e tradições de seu povo.

 

 

 

01

Religião e fé

 

O tema religião

Também quero escrever

Falando apenas dos personagens

Para você não os esquecer

Deixando de lado o credo

Fica mais fácil entender

 

 

Na antiga rua do matadouro

Hoje rua da saudade sem o resto

Um homem batia seus tambores

Só não sei de seu sucesso

Só sei que era conhecido

Como seu Pedrinho de Ernesto

 

 

No povoado Lopes

Tinha outro tambozeiro

Conhecido como Pedro de Sula

Para Ilha, Poço das Moças e zoitezeiros

Para uns era curador

Para outros macumbeiro

 

 

02

Do mesmo povoado

Outro homem rezador

Conhecido como Isidoro

Que para a cidade se mudou

Logo assumiu papel importante

De comerciante e fornecedor

 

 

 

Seu comercio era uma barraca

Vendendo comida na feira

E nos outros dias da semana

Distribuía água de primeira

Com seus jegues e seus barris

Do minador da capoeira

 

 

 

Quando um cliente pedia

Outra água inferior

Ele trazia de outra fonte

Isso sem nem um rancor

Cipipira, Tanque Novo e Abobreira

Para pobre rico e doutor

 

 

03

Ele também era conhecido

Pela crença de rezador

Rezava pelos doentes

Fazendo papel de doutor

Os que tinha fé eram curados

E divulgavam a fama do curador

 

 

 

Haviam outros tambozeiros

No Lopes João de Carrinho

Também tinha seus seguidores

Que seguiam seu caminho

Na cidade seu Zé Valter

Que dizia não estar sozinho

 

 

 

No seguimento católico

É comum essa mistura

O padre cuida da missa

O coveiro da sepultura

Entregam o defunto a Deus

Ainda rogam por sua ternura

 

 

04

Ainda no catolicismo

Só pra não perder a mira

Quando é ruim o povo xinga

Quando é bom o povo admira

Uma beata cuidava da Igreja

Conhecida como Dona Elvira

 

 

 

Dona Elvira era zelosa

Cuidava com atenção,

Nas Imagens e no Piano

Eu nem podia por a mão

Mesmo eu sendo coroinha

Nunca tive autorização

 

 

 

No período de quaresma

Para ser mantido a tradição

Os senhores mais idosos

Puxavam a procissão

Nas esquina batiam a matraca

Rezavam o Senhor Deus e a Lamentação

 

 

05

Lembro de alguns nomes

Que rezavam a lamentação

seu Cecílio era um deles

além de seu Beija e Teta da estação

Caboquinho e seu  Edvar

Estes eram irmãos

 

 

 

Ainda tinha o saudoso Neto

E continuo no mesmo trilho

Aderaldo, Deri e Domingão

Ambos filhos de seu Cecílio

Seu Juca, seu Agenor, Zé Bernadinho

Jason, Boaventura cada um tinha seu brilho

 

 

 

Ainda falando de religião

Quero atenção por um instante

Pra citar também dois nomes

Sem dúvida muito importantes

Em Geru foram os pioneiros

Baluartes da fé protestante

 

 

06

Na cidade era conhecido

Sem dúvida por muita gente

Pacato e sem muita instrução

Mas não saiu da nossa mente

Patriarca dos assembleianos

Popular Zé Gato crente

 

 

 

Assim seu Zé Gato

Fez uma historia bonita

Evangelizou Dona Antônia

Esposa de João de Jovita

Que poucos dias depois

Passou a ser Adventista

 

 

 

Dona Antônia também fez

Uma bela historia como essa

No povoado Lagoa do Sande

Conquistou gente a Bessa

Construiu com dona Quena de Brasilino

A Igreja Adventista da Promessa

 

 

07

Assim esses personagens

Não podemos jamais esquecer

Da sua grande importância

Ainda hoje se pode ver

Assembleia de Deus e Adventista

Pregando a palavra aos que crer

 

ARTE

 

Na arte de esculpir pedras

Domingão de CECILO foi legal

Construiu cama, mesa e sofá

Tudo muito natural

Fez placa para monumentos

Ate hoje sem igual

 

 

 

Seu Manoel de Maroto

Se destacou com Carro de Bois

As obras feitas por ele

Muito elogiada foi

Já teve outro bom antes dele

Não sei se virá outro depois

 

 

08

O cara antes de seu Mané,

Também se chama Mané,

Hoje morador em São Paulo,

Mas ainda vivo é,

A obra que ele fez,

Muitos dão testemunho e eu dou fé.

 

 

 

Mané genro de Brasilino construiu,

Um Carro de Bois diferente,

Com duas rodas sobre dois eixos,

Que rodavam livremente,

Fez com que sua arte,

Fosse assombro para muita gente.

 

 

 

Os artistas de Geru,

Cito outros nomes ligeiros,

Pedro Serragem, Zé Menez,

E Zé Gois eram Marceneiros,

Zé Doidinho e Cachacinha,

Repentistas e Violeiros.

 

 

09

Minha terra tem poeta,

Posso testemunhar,

Professora Joquebede,

Mesmo vindo de outro lugar,

Gostou de Tomar do Geru,

Em seu poema pode demonstrar.

 

 

 

Zé Curtinho mestre em obras,

João de Jovita, grande Ferreiro,

Vardo, Zé Martins e Agnaldo

Machado, foice, facão, faca e ponteiro,

Na arte das fotografias,

João Zito Dent’alho foi pioneiro

 

 

 

Na arte da construção,

Zé Curtinho não estava sozinho,

Zito Maçar e Chico de Eduardo,

Trilhavam o mesmo caminho,

João Gavião não ficava atrás,

Ainda tinha Luiz de Zezinho.

 

 

10

Na arte de guiar um carro,

Jessé e Chico de Bila tinham atenção,

Francisco de Zé do Gamba,

Juvenal Viana e seu Caminhão,

Camilo de Zé Medalha,

E Álvaro da Silva Prado o popular Fuscão.

 

 

 

Esses caras eram bons,

Nem preciso testemunhar,

A citação feita a eles,

É para a gente se lembrar.

O que é bom já nasce feito,

É o ditado popular.

 

 

 

Um cara bom de encrenca,

Tocava gaita e tirava repente,

Apelidado por Luiz doido,

Era conhecido por muita gente,

Que ninguém bulisse com ele,

Se não perdia a metade dos dentes.

 

 

11

Cultura

 

Na cultura do folclore,

Os cara derramavam suor,

Dança de São Gonçalo,

Os Guilherme e Zequinha de Ló,

Na dança de Bumba meu Boi,

Zequinha de Apolônio era o melhor.

 

 

Agua vermelha e onça tem,

Grande nomes de dançador,

Dança de São João e São Gonçalo,

José Jaelzo de Oliveira é mestre e doutor,

Elanio Oliveira Santos e Romildo Brasil,

Zeca do Pati, seu grande legado deixou.

 

 

No povoado Ilha,

La não tinha coronel,

Tinha um homem muito grande,

Sem formatura e sem anel,

Conhecido como Dido Grande,

Pregoeiro de leilão e vendedor de chapéu.

 

 

12

No Cardoso também tinha,

Outro vendedor de chapéu,

Conhecido como seu Donato.

Essa historia é fiel,

Posso aumentar mas não invento,

Pois mentiroso não herda o céu

 

Tradição

 

É comum em Geru,

E já se tornou tradição,

Uma festa cultural,

Famosa na região,

A festa do carro de bois,

Concentra grande multidão.

 

 

 

A festa foi inspirada,

Num trabalho de mutirão,

Na reforma do Sindicato,

Na sua primeira ampliação,

Marinalva e Netinho,

Iniciaram a convocação.

 

 

13

Vieram vários amigos,

Carreiros da região,

Carregavam areia e pedra,

Tijolos e telhas para a construção.

A cidade ficou encantada,

Vendo aquela procissão.

 

 

 

O então idealizador,

Ficou entusiasmado,

No ano seguinte também,

Mandou seu recado,

Convidando todos carreiros,

Setenta e quatro foram contados.

 

 

 

Assim no segundo ano,

Foram contados mais de cem

No terceiros mais de cento e setenta

No quarto mais de duzentos também

Logo virou uma tradição,

Que até hoje ainda tem.

 

 

14

Cada festa tem um sorteio,

De um carro de bois zerinho,

Na primeira os ganhadores,

Foram os filhos de Zé Casadinho, 

Os gêmeos Cosme e Damião,

Netos de Zezinho de Augustinho.

 

Esporte

 

Esse tema de entretenimento,

Já citei em outra ocasião,

Mas acho que vale apena,

Continuar a citação,

Para que outros nomes,

Apareçam na narração.

 

 

 

Nossa Geru no futebol,

Tem historia pra contar,

Foi aqui que nasceu Emo,

Só pra você lembrar,

Jogador do Bahia futebol clube,

Da base titular.

 

 

15

Quando ainda era garoto,

Lembro de vê-lo jogar,

Em uma de suas férias,

Veio nos visitar,

Junto com seus parentes,

Fez a bola rolar.

 

 

 

Por ser filho de nosso município,

Deveríamos homenagear,

Construir sua estátua,

E em um lugar público botar,

Quem sabe um campo de futebol,

Com seu nome batizar.

 

 

 

Vou citar mais uma vez,

O craque que foi Gilleninho,

Jogava por que sabia,

Junto a Bel de Zezinho,

Porem depois de algum tempo,

Seguiu por outro caminho.

 

 

16

Outros craques também,

Merecem nosso respeito,

Lalia, Janjão e Tonho bicudo,

Na defesa faziam tudo direto,

Ainda tinha Oliveirinha pela esquerda,

E Nego Duca lateral direito.

 

 

 

Lembro do Nova Távora,

Dos grandes craques que tinha,

Ganhavam pra qualquer time,

Não importava de que lado vinha,

Saiba que não estou blefando,

Que não é invenção minha.

 

 

 

Os meninos de Geru,

Jogaram até no Batistão,

Um incentivo do governador,

Saíram atem na televisão,

Num campeonato de futebol mirim,

Organizado naquela ocasião.

 

 

17

Netinho e Aristeu,

Deram sua contribuição,

No esporte de vaquejada,

Tinha muita aceitação,

Criaram o parque e realizaram,

Muitas corridas de mourão.

 

 

“HOMENAGEM A TOMAR DO GERU

PELOS SEUS 60 ANOS DE HEMANCIPAÇÃO POLITICA”

 

 

A historia continua no vol. IV

 

 

NOMES HOMENAGEADOS

 

 

 

Agenor (da praça da Lage)

Agnaldo (ferreiro)

Alvaro da Silva Prado( fuscão caminhoneiro)

Aristeu (idealizador de vaquejada)

Beija (do sitio beija flor)

Bel de Zezinho ( jogador de futebol amador)

Boa Ventura (das pedreiras)

Caboquinho (pai de val)

Camilo de Zé medalha (caminhoneiro)

Cecílio (pai de Deri)

Chico de Eduardo (pedreiro)

Cosme e Damião (filhos de zé casadinho)

Dido Grande( vendedor de chapéu e leiloeiro)

Domingão de Cecílio

Dona Antônia (mãe de Juvenal)

Dona Quena (mãe de Duzinho)

Donato do Cardoso (vendedor de chapéu)

Edvaldo (Edivá de Dazinha)

Elanio Oliveira Santos (dança de são joão e são Gonçalo)

Elvira (beata)

Emo (jogador de futebol profissional)

Francisco de zé do gamba ( carreteiro)

Gileniho ( jogador de futebol amador)

Isidoro Rezador

Janjão ( jogador de futebol amador)

Jason (da capoeira)

João de Carrinho (do Lopes)

João de Jovita (pai de Juvenal)

João Gavião (carpinteiro, cascavel)

Joao Zito (dent’ádlho, fotografo e relojoeiro)

Joquebede (professora)

José Joelson Oliveira (dança de são joão e são Gonçalo)

Jose Valter

Juca de Piano

Juvenal Viana (motorista e mecânico)

Lalia ( jogador de futebol amador)

Luiz de Zezinho (pai, de Gerson, Cajinho in’memória)

Luiz doido ( gaiteiro e repentista do cardoso)

Manoel ( mané cunhado de Duzinho)

Manoel (mané de maroto, urubu)

Marinalva Reis (Sindicato)

Nego Duca ( jogador de futebol amador)

Netinho (sindicato)

Neto de Cecílio

Oliveirinha ( jogador de futebol amador)

Os Guilhermes (do tabuleiro)

Pedrinho de Ernesto

Pedro de Sula (do Lopes)

Pedro Serragem (sogro de Gilson de careca)

Romildo Brasil (dança de são joão e são Gonçalo)

Teta (da estação)

Tonho bicudo ( jogador de futebol amador)

Vardo (ferreiro)

Zé Bernadinho do correio

Zé Casadinho (vaqueiro aboiador)

Zé Curtinho (pedreiro)

Zé Doidinho (violeiro repentista)

Zé Gato crente (pai de Gilsinho)

Zé Gois (marceneiro)

Zé Martins (ferreiro)

ZÉ Menez (sogro de zé do picolé)

Zeca do Pati (dança de são joão e são Gonçalo)

Zequinha de Apolonio (reisado folclore)

Zequinha de Ló ( musico animador de novena)

Zezinho de Augustinho (patriarca do gado bravo)

Zito Maçar (carpinteiro avô de Tony)

 

“Amada da minha alma”

 

Digam aos, ventos vós que sois eloquentes em palavras e vós que externam saberes, poetizai-a poetas e mestres, enfatizai e engrandecei a minha amada. Ela indiscretamente esbanja sua beleza e realça sua harmonia.

Oh como é linda a minha amada, e como é lindo seu exterior. Do seus peitos cardeais nos alimenta com seus agros e seus rebanhos. Comi de suas pedras e bebi a doçura de seus pomares, mim sacias, mim sustentas nas ribanceiras de suas entranhas. Nunca te esquecerei pelo gozo que me realiza e pelos sonhos que fantasias minha esperança de um povir cada vez mais amável, sedutor e ornamentalmente rico e calórico.

Direi a todos quantos possam ouvir e responderei aos que por ti perguntares. Como estar cada vez mais linda, atraente e desejada a minha amada. O tempo para ti não passa, atua puberdade nunca se afastará de ti. Se vierem do Leste para o Oeste ou do Norte para o Sul, conhecerão a amada da minh’ alma, tão linda, tão querida e adornada Tomar do Geru

 

Gerson Tomaz

Tomar do Geru, novembro de 2010

 

 

 

 

 

 

“Vinde conhecei a minha amada”

 

Vinde conhecei o meu amor, entrai por suas portas, passai por suas trilhas, vede quão belas são suas ramas e como são maravilhosas  as chamas ardentes de seu compacto aconchego.

Antes permita-me apresenta-la. Esta é ela, tao linda e tao atraente. Foi provada pelos que a conheceram antes de ti. Conquistou a todos pelo seu fascínio e carinho. Encantados ficaram todos pelo deslumbrante e misterioso sorriso e pelas doçuras de suas fontes. os que delas beberam não a esqueceram e nem afastaram jamais de suas ribanceiras.

Mas quem é esta que tantos a admiram, sussurram, suspiram e soltam suas apalavras aos ventos, incumbindo a este que divulguem aos quatro cantos a beleza de sua amada, seja em versos ou em poemas?

Sim, é você minha estrela, você mesma que tao carinhosamente abraça os filhos que de ti nascem e com o mesmo carinho acolhe aqueles que a ti se chegam. Quero chamar-te pelo nome, pelo mesmo nome que ti chamaram antes quando nem ainda eras tu, pelo que teve antes de ser. Ai se conseguisse assim te chamaria. Então sou impulsionado a dizer simplesmente quem és tu, e não a quem queriam que tu fosse.

“Tomar do Geru”, seu nome é sem igual.

Entendo agora porque os que buscam conhecer-te apaixonam-se por ti. Tu és entrada e não saída, é mui orgulhosamente, Minha Terra, Minha Vida.

  Gerson Tomaz

Tomar do Geru, novembro de 2010

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