APRESENTAÇÃO
O livro Minha Terra, Minha Vida III, é
uma literatura de Cordel, nele não estará narrado todos os fatos da historia de
Tomar do Geru, por dois motivos apenas só alguns fatos são mencionados:
Primeiro o fato de que é de Cordel apenas poucas paginas na confecção para não
descaracterizar; segundo é mais um testemunho vivido pelo autor, onde o mesmo
ressalta os filhos ilustres de sua terra e seus legados históricos.
As formas de versos aplicados nessa
segunda parte difere da primeira e é conhecida como poesia comum.
O autor com essa forma de poesia
pretende não só contribuir para o resgate histórico de sua terra mas também
despertar no leitor o interesse por literatura de cordel, uma vez que irá
força-lo a releitura afim de que possa ser totalmente entendido o poema.
Nele é Tratado temas como: Religião, Arte, Cultura Tradição e Esporte,
de forma lúdica e verdadeira, na sua forma de pensar e pelos causos a ele
contados por pessoas próximas e testemunhas fieis da historia de seu povo.
Faça deste simples e pequeno livro,
uma ferramenta importante para o conhecimento das informações e resgates
histórico de sua terra, seus costumes e tradições de seu povo.
01
Religião
e fé
O
tema religião
Também
quero escrever
Falando
apenas dos personagens
Para
você não os esquecer
Deixando
de lado o credo
Fica
mais fácil entender
Na antiga rua do matadouro
Hoje rua da saudade sem o resto
Um homem batia seus tambores
Só não sei de seu sucesso
Só sei que era conhecido
Como seu Pedrinho de Ernesto
No
povoado Lopes
Tinha
outro tambozeiro
Conhecido
como Pedro de Sula
Para
Ilha, Poço das Moças e zoitezeiros
Para
uns era curador
Para
outros macumbeiro
02
Do
mesmo povoado
Outro
homem rezador
Conhecido
como Isidoro
Que
para a cidade se mudou
Logo
assumiu papel importante
De
comerciante e fornecedor
Seu comercio era uma barraca
Vendendo comida na feira
E nos outros dias da semana
Distribuía água de primeira
Com seus jegues e seus barris
Do minador da capoeira
Quando
um cliente pedia
Outra
água inferior
Ele
trazia de outra fonte
Isso
sem nem um rancor
Cipipira,
Tanque Novo e Abobreira
Para
pobre rico e doutor
03
Ele
também era conhecido
Pela
crença de rezador
Rezava
pelos doentes
Fazendo
papel de doutor
Os
que tinha fé eram curados
E
divulgavam a fama do curador
Haviam outros tambozeiros
No Lopes João de Carrinho
Também tinha seus seguidores
Que seguiam seu caminho
Na cidade seu Zé Valter
Que dizia não estar sozinho
No
seguimento católico
É
comum essa mistura
O
padre cuida da missa
O
coveiro da sepultura
Entregam
o defunto a Deus
Ainda
rogam por sua ternura
04
Ainda
no catolicismo
Só
pra não perder a mira
Quando
é ruim o povo xinga
Quando
é bom o povo admira
Uma
beata cuidava da Igreja
Conhecida
como Dona Elvira
Dona Elvira era zelosa
Cuidava com atenção,
Nas Imagens e no Piano
Eu nem podia por a mão
Mesmo eu sendo coroinha
Nunca tive autorização
No
período de quaresma
Para
ser mantido a tradição
Os
senhores mais idosos
Puxavam
a procissão
Nas
esquina batiam a matraca
Rezavam
o Senhor Deus e a Lamentação
05
Lembro
de alguns nomes
Que
rezavam a lamentação
seu
Cecílio era um deles
além
de seu Beija e Teta da estação
Caboquinho e seu Edvar
Estes
eram irmãos
Ainda tinha o saudoso Neto
E continuo no mesmo trilho
Aderaldo,
Deri e Domingão
Ambos filhos de seu Cecílio
Seu Juca, seu Agenor, Zé
Bernadinho
Jason,
Boaventura cada um
tinha seu brilho
Ainda
falando de religião
Quero
atenção por um instante
Pra
citar também dois nomes
Sem
dúvida muito importantes
Em
Geru foram os pioneiros
Baluartes
da fé protestante
06
Na
cidade era conhecido
Sem
dúvida por muita gente
Pacato
e sem muita instrução
Mas
não saiu da nossa mente
Patriarca
dos assembleianos
Popular
Zé Gato crente
Assim seu Zé Gato
Fez uma historia bonita
Evangelizou Dona Antônia
Esposa de João de Jovita
Que poucos dias depois
Passou a ser Adventista
Dona Antônia também fez
Uma
bela historia como essa
No
povoado Lagoa do Sande
Conquistou
gente a Bessa
Construiu
com dona Quena de Brasilino
A
Igreja Adventista da Promessa
07
Assim
esses personagens
Não
podemos jamais esquecer
Da
sua grande importância
Ainda
hoje se pode ver
Assembleia
de Deus e Adventista
Pregando
a palavra aos que crer
ARTE
Na arte de esculpir pedras
Domingão de CECILO foi legal
Construiu cama, mesa e sofá
Tudo muito natural
Fez placa para monumentos
Ate hoje sem igual
Seu
Manoel de Maroto
Se
destacou com Carro de Bois
As
obras feitas por ele
Muito
elogiada foi
Já
teve outro bom antes dele
Não
sei se virá outro depois
08
O
cara antes de seu Mané,
Também
se chama Mané,
Hoje
morador em São Paulo,
Mas
ainda vivo é,
A
obra que ele fez,
Muitos
dão testemunho e eu dou fé.
Mané
genro de Brasilino construiu,
Um Carro de Bois diferente,
Com duas rodas sobre dois eixos,
Que rodavam livremente,
Fez com que sua arte,
Fosse assombro para muita gente.
Os
artistas de Geru,
Cito
outros nomes ligeiros,
Pedro Serragem, Zé
Menez,
E Zé Gois eram Marceneiros,
Zé Doidinho e
Cachacinha,
Repentistas
e Violeiros.
09
Minha
terra tem poeta,
Posso
testemunhar,
Professora
Joquebede,
Mesmo
vindo de outro lugar,
Gostou
de Tomar do Geru,
Em
seu poema pode demonstrar.
Zé
Curtinho mestre em
obras,
João
de Jovita, grande
Ferreiro,
Vardo,
Zé Martins e Agnaldo
Machado, foice, facão, faca e
ponteiro,
Na arte das fotografias,
João
Zito Dent’alho foi
pioneiro
Na
arte da construção,
Zé
Curtinho não estava sozinho,
Zito Maçar e Chico de
Eduardo,
Trilhavam
o mesmo caminho,
João Gavião não ficava
atrás,
Ainda
tinha Luiz de Zezinho.
10
Na
arte de guiar um carro,
Jessé e Chico de Bila tinham atenção,
Francisco de Zé do Gamba,
Juvenal Viana e seu Caminhão,
Camilo de Zé Medalha,
E Álvaro da Silva
Prado o popular Fuscão.
Esses caras eram bons,
Nem preciso testemunhar,
A citação feita a eles,
É para a gente se lembrar.
O que é bom já nasce feito,
É o ditado popular.
Um
cara bom de encrenca,
Tocava
gaita e tirava repente,
Apelidado
por Luiz doido,
Era
conhecido por muita gente,
Que
ninguém bulisse com ele,
Se
não perdia a metade dos dentes.
11
Cultura
Na
cultura do folclore,
Os
cara derramavam suor,
Dança
de São Gonçalo,
Os
Guilherme e Zequinha de Ló,
Na
dança de Bumba meu Boi,
Zequinha de Apolônio era o melhor.
Agua vermelha e onça tem,
Grande nomes de dançador,
Dança de São João e São Gonçalo,
José
Jaelzo de Oliveira
é mestre e doutor,
Elanio
Oliveira Santos e Romildo Brasil,
Zeca
do Pati, seu grande
legado deixou.
No
povoado Ilha,
La
não tinha coronel,
Tinha
um homem muito grande,
Sem
formatura e sem anel,
Conhecido
como Dido Grande,
Pregoeiro
de leilão e vendedor de chapéu.
12
No
Cardoso também tinha,
Outro
vendedor de chapéu,
Conhecido
como seu Donato.
Essa
historia é fiel,
Posso
aumentar mas não invento,
Pois
mentiroso não herda o céu
Tradição
É comum em Geru,
E já se tornou tradição,
Uma festa cultural,
Famosa na região,
A festa do carro de bois,
Concentra grande multidão.
A
festa foi inspirada,
Num
trabalho de mutirão,
Na
reforma do Sindicato,
Na
sua primeira ampliação,
Marinalva e Netinho,
Iniciaram
a convocação.
13
Vieram
vários amigos,
Carreiros
da região,
Carregavam
areia e pedra,
Tijolos
e telhas para a construção.
A
cidade ficou encantada,
Vendo
aquela procissão.
O então idealizador,
Ficou entusiasmado,
No ano seguinte também,
Mandou seu recado,
Convidando todos carreiros,
Setenta e quatro foram contados.
Assim
no segundo ano,
Foram
contados mais de cem
No
terceiros mais de cento e setenta
No
quarto mais de duzentos também
Logo
virou uma tradição,
Que
até hoje ainda tem.
14
Cada
festa tem um sorteio,
De
um carro de bois zerinho,
Na
primeira os ganhadores,
Foram
os filhos de Zé Casadinho,
Os
gêmeos Cosme e Damião,
Netos
de Zezinho de Augustinho.
Esporte
Esse
tema de entretenimento,
Já
citei em outra ocasião,
Mas
acho que vale apena,
Continuar
a citação,
Para
que outros nomes,
Apareçam
na narração.
Nossa
Geru no futebol,
Tem
historia pra contar,
Foi
aqui que nasceu Emo,
Só
pra você lembrar,
Jogador
do Bahia futebol clube,
Da
base titular.
15
Quando
ainda era garoto,
Lembro
de vê-lo jogar,
Em
uma de suas férias,
Veio
nos visitar,
Junto
com seus parentes,
Fez
a bola rolar.
Por ser filho de nosso município,
Deveríamos homenagear,
Construir sua estátua,
E em um lugar público botar,
Quem sabe um campo de futebol,
Com seu nome batizar.
Vou
citar mais uma vez,
O
craque que foi Gilleninho,
Jogava
por que sabia,
Junto
a Bel de Zezinho,
Porem
depois de algum tempo,
Seguiu
por outro caminho.
16
Outros
craques também,
Merecem
nosso respeito,
Lalia, Janjão e Tonho
bicudo,
Na
defesa faziam tudo direto,
Ainda
tinha Oliveirinha pela esquerda,
E
Nego Duca lateral direito.
Lembro do Nova Távora,
Dos grandes craques que tinha,
Ganhavam pra qualquer time,
Não importava de que lado vinha,
Saiba que não estou blefando,
Que não é invenção minha.
Os
meninos de Geru,
Jogaram
até no Batistão,
Um
incentivo do governador,
Saíram
atem na televisão,
Num
campeonato de futebol mirim,
Organizado
naquela ocasião.
17
Netinho e Aristeu,
Deram
sua contribuição,
No
esporte de vaquejada,
Tinha
muita aceitação,
Criaram
o parque e realizaram,
Muitas
corridas de mourão.
“HOMENAGEM A TOMAR DO GERU
PELOS SEUS 60 ANOS DE HEMANCIPAÇÃO
POLITICA”
A historia continua no vol. IV
NOMES HOMENAGEADOS
Agenor (da praça da Lage)
Agnaldo (ferreiro)
Alvaro da Silva Prado( fuscão caminhoneiro)
Aristeu (idealizador de vaquejada)
Beija (do sitio beija flor)
Bel de Zezinho ( jogador de futebol amador)
Boa Ventura (das pedreiras)
Caboquinho (pai de val)
Camilo de Zé medalha (caminhoneiro)
Cecílio (pai de Deri)
Chico de Eduardo (pedreiro)
Cosme e Damião (filhos de zé casadinho)
Dido Grande( vendedor de chapéu e leiloeiro)
Domingão de Cecílio
Dona Antônia (mãe de Juvenal)
Dona Quena (mãe de Duzinho)
Donato do Cardoso (vendedor de chapéu)
Edvaldo (Edivá de Dazinha)
Elanio Oliveira Santos (dança de são joão e são
Gonçalo)
Elvira (beata)
Emo (jogador de futebol profissional)
Francisco de zé do gamba ( carreteiro)
Gileniho ( jogador de futebol amador)
Isidoro Rezador
Janjão ( jogador de futebol amador)
Jason (da capoeira)
João de Carrinho (do Lopes)
João de Jovita (pai de Juvenal)
João Gavião (carpinteiro, cascavel)
Joao Zito (dent’ádlho, fotografo e relojoeiro)
Joquebede (professora)
José Joelson Oliveira (dança de são joão e são
Gonçalo)
Jose Valter
Juca de Piano
Juvenal Viana (motorista e mecânico)
Lalia ( jogador de futebol amador)
Luiz de Zezinho (pai, de Gerson, Cajinho in’memória)
Luiz doido ( gaiteiro e repentista do cardoso)
Manoel ( mané cunhado de Duzinho)
Manoel (mané de maroto, urubu)
Marinalva Reis (Sindicato)
Nego Duca ( jogador de futebol amador)
Netinho (sindicato)
Neto de Cecílio
Oliveirinha ( jogador de futebol amador)
Os Guilhermes (do tabuleiro)
Pedrinho de Ernesto
Pedro de Sula (do Lopes)
Pedro Serragem (sogro de Gilson de careca)
Romildo Brasil (dança de são joão e são Gonçalo)
Teta (da estação)
Tonho bicudo ( jogador de futebol amador)
Vardo (ferreiro)
Zé Bernadinho do correio
Zé Casadinho (vaqueiro aboiador)
Zé Curtinho (pedreiro)
Zé Doidinho (violeiro repentista)
Zé Gato crente (pai de Gilsinho)
Zé Gois (marceneiro)
Zé Martins (ferreiro)
ZÉ Menez (sogro de zé do picolé)
Zeca do Pati (dança de são joão e são Gonçalo)
Zequinha de Apolonio (reisado folclore)
Zequinha de Ló ( musico animador de novena)
Zezinho de Augustinho (patriarca do gado bravo)
Zito Maçar (carpinteiro avô de Tony)
“Amada da minha alma”
Digam
aos, ventos vós que sois eloquentes em palavras e vós que externam saberes,
poetizai-a poetas e mestres, enfatizai e engrandecei a minha amada. Ela
indiscretamente esbanja sua beleza e realça sua harmonia.
Oh
como é linda a minha amada, e como é lindo seu exterior. Do seus peitos cardeais
nos alimenta com seus agros e seus rebanhos. Comi de suas pedras e bebi a
doçura de seus pomares, mim sacias, mim sustentas nas ribanceiras de suas
entranhas. Nunca te esquecerei pelo gozo que me realiza e pelos sonhos que
fantasias minha esperança de um povir cada vez mais amável, sedutor e
ornamentalmente rico e calórico.
Direi
a todos quantos possam ouvir e responderei aos que por ti perguntares. Como estar
cada vez mais linda, atraente e desejada a minha amada. O tempo para ti não
passa, atua puberdade nunca se afastará de ti. Se vierem do Leste para o Oeste
ou do Norte para o Sul, conhecerão a amada da minh’ alma, tão linda, tão
querida e adornada Tomar do Geru
Gerson Tomaz
Tomar do Geru, novembro de 2010
“Vinde conhecei a minha amada”
Vinde
conhecei o meu amor, entrai por suas portas, passai por suas trilhas, vede quão
belas são suas ramas e como são maravilhosas as chamas ardentes de seu compacto aconchego.
Antes
permita-me apresenta-la. Esta é ela, tao linda e tao atraente. Foi provada pelos
que a conheceram antes de ti. Conquistou a todos pelo seu fascínio e carinho.
Encantados ficaram todos pelo deslumbrante e misterioso sorriso e pelas doçuras
de suas fontes. os que delas beberam não a esqueceram e nem afastaram jamais de
suas ribanceiras.
Mas
quem é esta que tantos a admiram, sussurram, suspiram e soltam suas apalavras
aos ventos, incumbindo a este que divulguem aos quatro cantos a beleza de sua
amada, seja em versos ou em poemas?
Sim,
é você minha estrela, você mesma que tao carinhosamente abraça os filhos que de
ti nascem e com o mesmo carinho acolhe aqueles que a ti se chegam. Quero
chamar-te pelo nome, pelo mesmo nome que ti chamaram antes quando nem ainda
eras tu, pelo que teve antes de ser. Ai se conseguisse assim te chamaria. Então
sou impulsionado a dizer simplesmente quem és tu, e não a quem queriam que tu
fosse.
“Tomar
do Geru”, seu nome é sem igual.
Entendo
agora porque os que buscam conhecer-te apaixonam-se por ti. Tu és entrada e não
saída, é mui orgulhosamente, Minha Terra, Minha Vida.
Gerson Tomaz
Tomar
do Geru, novembro de 2010
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